sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Quase Natal...

Olho o relógio... são 20:47... do dia 24 de dezembro de 2010.

Estou no sofá, com um coque no cabelo, lendo um livro que comprei há quase 15 dias, mas que por causa das festividades deve ter ficado perdido entre milhões de pedidos na transportadora e só chegou hoje.

De susto me dei conta que é a primeira vez em muitos e muitos anos que eu não estou ansiosa, deprimida, angustiada, ou seja lá o que for.

Final de ano me da uma nostalgia e uma indignação...

Parece que todo mundo resolve ficar bonzinho e veste o tal do espírtito natalino. É o absurdo da falsidade ver pessoas que não gostam da gente nos abraçando e nos beijando, desejando 'Boas Festas'...

Depois de muitos encontros e desencontros comigo mesmo... de passar anos na casa de um amigo e outro... finalmente achei meu lugar nesta época tão estranha: Minha família.

Acho que perdi muito tempo tentando entender por que cada um é de um jeito... por que a gente não tinha dinheiro pra fazer grandes festas... por que eu nunca tive a casa dos sonhos... por que nada saía como eu planejava... por que eu cresci sem pai... por que minhas irmãs eram tão diferentes de mim... por que nunca encontrei um príncipe encatado num cavalo branco... por que Papai Noel não me trazia o video-game e o computador de última geração... por que minha mãe foi trabalhar no dia da ceia... por que, por que, por que?!?!?!............

Algum dia caí em mim e percebi que tudo isto era bobagem... Que todo mundo tinha um monte de por ques tão estranhos ou até piores que o meu. Entendi que o espírito Natalino é uma ilusão... 

Precisamos entender muitas coisas para podermos entender a magia do aniversariante que na maioria das vezes é esquecido.

Não adianta ser bonzinho entre Natal e Ano Novo. Não adianta ter festas e celebrações entre amigos e familiares entre os dias 25 de dezembro e 1º de janeiro. Não adianta passar uma borracha nos problemas nestes dias, dar presente pra todo mundo e sair bonito na foto...

Precisamos nos esforçar para que durante 365 ou 366 dias de um ano haja harmonia, celebrações, união. Precisamos cultivar o amor, a paz, a esperança, ter fé, pedir saúde para Deus, todos os dias.

É preciso que a família seja uma família de verdade, sempre.

Celebrando datas que julgamos importantes ao longo do ano... discutindo... buscando melhorias em conjunto... se esforçando ao longo do ano para ajudar o próximo que têm um pouco menos que a gente... sorrindo, chorando e lutando juntos, todos os dias.

Para mim, todo este processo aconteceu naturalmente... acho que aos poucos toda a família percebeu o quanto é importante para as nossas próximas gerações sermos um bom exemplo... celebramos os poucos momentos que podemos ter juntos que cada vez são mais raros.

Ter qualidade de vida... sonharmos juntos... agradecer a Deus juntos... por todo o ano. Como toda boa família, na minha há desentendimentos e brigas que logo ficam esquecidos... Mas acima de tudo, há fé, há união e muito amor.

E meu príncipe não veio de cavalo branco... Mas ele chegou. Papai Noel me ensinou que se eu estudasse direitinho, um dia eu ia conseguir um bom emprego e com este bom emprego eu posso comprar  muitas coisas... mas existem coisas muito importante que não tem preço e que todos podem ter.

E é quase Natal.

Já passei o dia hoje com pessoas muito queridas e mais tarde reencontrarei boa parte delas. E apesar de ser Natal, hoje é mais um dia comum, por que eu perdi as contas de quantas vezes nos reunimos ao longo deste ano por conta de um aniversário, um feriado, ou só pra estar junto mesmo.

E é esta minha mensagem para 2011: Faça a diferença todos os dias.

Não deixe que o tal do espírito Natalino apareça só no final de ano.

Se esforce para que o tal do "espírito natalino" esteja com vocês todos os dias... pelo resto de suas vidas. Vale a pena!

Muita saúde, paz, alegrias, sucesso, sempre!

sábado, 4 de dezembro de 2010

E tem mulher que não gosta de futebol...

Fotos do Fred do Fluminense... "Achei" quando recebi a mensagem no twitter:

@melhoresfrases "Há 9 meses não beijo na boca. Estou jogado às traças, precisando de carinho." FRED, do Fluminense...
Eh lá em casa...






No link abaixo tem uma entrevista... mas, palavras a parte...

fonte: http://extra.globo.com/lazer/retratosdavida/posts/2010/11/30/fred-do-fluminense-estou-ha-nove-meses-sem-beijar-na-boca-345296.asp

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sentimento de amigo

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor.
Eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências ...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários.
De como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente construí, e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer ...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.

Vinícius de Moraes