domingo, 21 de junho de 2009

Palavras soltas

Já chegou o meio do ano.
Me pego a pensar de como o tempo está passando rápido, fulminante, implacável. Sei que preciso retormar meus planos.
Antes havia a faculdade que ocupava meu tempo, mas lá se vão 6 meses e não li os livros que deixei de lado, não tenho ouvido as músicas que eu gostaria ou visto os programas de TV que eu não assistia.
Não consigo me planejar pra dar continuidade aos estudos, pra conseguir ser uma profissional mais completa.
Peguei o diploma e a contemplação daquele pedaço de papel me deu a exata noção do motivo de eu ter abandonado duas faculdades antes de concluir a terceira. Aquilo não significa nada pra mim.
Minha sede de conhecimento continua aqui, minhas crises existências não diminuiram porque sou Bacharel em Contabilidade.
Na verdade, cada dia que passa tenho a sensação de que dentre muitos caminhos que eu posso percorrer eu estou bem longe do que eu realmente gostaria.
Como todo mundo eu preciso de uma profissão, preciso ganhar dinheiro, preciso, preciso, preciso. Sempre esta palavra estranha me fazendo companhia.
Não me sinto nem feliz, nem infeliz. Me sinto indiferente, incompleta, insegura e algumas vezes vazia.
Por outro lado, as coisas vão bem. Logo irei casar, algum dia começo com o meu livro e em breve vou fazer uns cursos do tipo "Mitologia Grega". Desta forma minha inquietação aos poucos vai se esvaindo.
Sei que vou me contentar com migalhas de história, mitologia, literatura, artes, fotografia, músicas e outras coisas que me encantam e conseguem tocar meu coração.
Enquanto isso, vou existindo
, vendo meus dias se esvair e com a sensação de que eu deveria fazer mais do que eu venho fazendo. De que eu deveria ser mais disciplinada...
De que eu poderia abraçar o mundo e não me deixar ser engolida por ele.

domingo, 7 de junho de 2009

Amanhã...


Como uma paixão mal resolvida o desejo de escrever me assombra todos os dias. Furtivamente invade meus pensamentos e causa uma angustia terrível.



Acordo e penso que preciso dar vazão as minhas idéias. Algumas vezes [como hoje] abro o editor de texto e fico aqui perdida diante das infinitas possibilidades.


Penso o que, como, para quem, por quê, quando... e quanto mais penso menos escrevo...


Tenho saudades dos tempos da adolescência em que bastava pegar a agenda com as páginas amassadas e cheias de orelinhas, abrir na data e simplesmente escrever... Sem me preocupar com conteúdos, palavras, ortografias, rimas... apenas me preocupar em esvaziar o coração.


Hoje antes da primeira letra fico a me perguntar "Mas pra que esvaziar o coração?". E de repente me dou conta de como é chato virar "gente grande" e precisar de uma lógica e uma boa explicação pra tudo.


Estou na era da informação. A agenda de papel já não é usada [apesar de ainda existir]. Foi substituída por alarmes do celular, lembretes na tela do "note", planilhas de orçamentos [que incrivelmente nunca funcionam], sites de relacionamentos e dois blogs que abandono com uma freqüência maior do que eu realmente gostaria.


Em meio as minhas crises existenciais a vontade de escrever só por escrever, só pra dar vazão as minhas idéias, só pra "gritar" pro mundo minhas insatisfações é sempre constante. Mas a cada dia meu senso crítico e as convenções do meu mundo me ajudam a aumentar minha autocrítica e minha autocensura. E pra não correr o risco de escrever alguma coisa da qual eu possa me "arrepender depois" eu não passo das primeiras palavras.


Fecho o editor de texto e logo penso que isso tudo é uma grande bobagem, que eu tenho "milhões" de coisas "mais importantes" pra fazer. E a conversa de mim comigo mesma é adiada. Assim como não tenho paciência ou muita vontade pra para e ligar pros amigos, escrever e-mails, ou uma mensagem, só pra dizer um "oi", só pra que as pessoas saibam que eu me importo com elas, que eu sinto falta delas, é tão óbvio o sentimento de saudades que na maioria das vezes me sinto uma tola quando eu acho que preciso fazer alguma coisa pra expressar isto. O medo de ligar e não ter assunto com a pessoa do outro lado da linha e de ficar aquele silêncio constrangedor... ou da pessoa não responder a minha mensagem. Não porque ela não se importe, ou também não sinta saudades... mas porque a gente sempre acaba criando milhões de prioridades e os amigos, aqueles que não convivem conosco diariamente, apesar de serem fundamentais na nossa vida, ficam na nossa escala de prioridades, perdidos, lá no final da lista.


E aquela ligação que precisa ser feita, aquela mensagem que precisa ser enviada fica pra amanhã, amanhã, amanhã... Assim como o livro que sempre sonhei em escrever. Vai ficando pra amanhã... amanhã... amanhã...


E em muitas das frases interessantes que já li uma que sempre recordo e que me sempre me inquieta, me lembra que: "O amanhã não existe... o amanhã não vai chegar nunca."